quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Como ingressar?

Há uma discussão muito interessante que volta e meia desponta nas comunidades de Magic. Dentre outros pontos, o hobby do Magic é custoso, tornando difícil um primeiro ingresso. Há quem argumentasse que todos os formatos do magic sofrem desse male e, embora tenha um pouco de verdade, é um ponto de vista raso.

Antes de qualquer coisa, não é intenção deste editor causar nenhum tipo de polêmica. É apenas uma expressão de vários pontos de vista e alguns ângulos do nosso hobby. Obviamente que o ponto de vista expresso aqui talvez não represente a maioria dos jogadores, então deixemos essa ressalva.



Notório que formatos estabelecidos como Modern e Legacy ficaram mais caro com o passar dos anos. A grande especulação e a oferta e demanda dos diversos produtos inflacionam cartas chave para estratégia dia após dia. Até mesmo o pauper, formato conhecido por cartas comuns também começou a inflacionar e o commander, antes um formato para usar cartas groselha e diversão, agora já tem suas staples na estratosfera. Há quem diga que cada novo formato (Olá, Brawl) serve para deixar cartas, outrora "inúteis" (Ou banidas em outros formatos) cada vez mais caras.

E eis uma vantagem (Talvez temporária) do nosso formato. Por não ser sancionado, não tem um meta definido, exceto por regiões. Embora existam staples de certos arquétipos que são caras por causa de outros formatos (Como Frasco do Eter, por exemplo), talvez não seja possível dizer que o formato tribal é inerentemente caro.

Outra vantagem do formato também deriva disso. Como não é um formato oficial, não existem listas de torneios, exceto aqueles que nós, jogadores, fazemos como comunidade. Com o netdecking sendo menor, existem demandas diferentes para ambientes diferentes.

Não é objetvo deste post criticar netdecking. Ele foi muito importante para a disseminação de formatos mais competitivos, inclusive permitindo a entrada de jogadores que tenha condições para adquirir certas listas. No entanto o tribal ainda possui um traço, outrora perdido por formatos mais casuais, como o commander, que é o deckbuinding.

A construção do deck no ambiente atual do tribal é mais livre. Embora possam ser emuladas tribos e listas de tribos clássicas, como goblins, elfos e tritões, uma pessoa que se aventure com uma tribo mais obscura tem chances de competir com os demais. Com noção de jogo e deckbuinding, e conhecendo a dinâmica do embate entre criaturas, é perfeitamente possível ingressar no formato as vezes com menos de R$ 30,00.

Com perseverança e dado tempo, os decks irão melhorar e se adaptar ao meta da sua região. E isso, para quem começou no magic jogando no chão da escola e usando Crawwurm porque era uma carta legal, consegue reconhecer a sensação de testar o que é mais funcional e ter a sensação de evolução.

Em um parágrafo mais opinativo, vendo a iteração de jogadores com formatos como commander e a dificuldade de construir decks tribais, as vezes chega-se a conclusão de que vários jogadores não conseguem construir decks. Talvez seja o male do netdecking, talvez estejamos encarando uma geração de jogadores que gostam de ter as soluções prontas, talvez seja pura preguiça. Talvez não seja nada disso e este que vos escreve esteja proferindo groselhas. Mas creio compartilhar de uma opinião constante em grupos que dizem que "magic bom era quando você fazia seu deck e ia jogar", ou opiniões assemelhadas. Talvez em formatos mais competitivos seja mais difícil, nosso formato tem tudo para diferir dessa premissa geral.

Não deixem este instinto de criador de decks sumir. É parte do jogo.

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