domingo, 9 de janeiro de 2022

[OPINIÃO] Os Arquétipos do Magic: Não vamos amputar o jogo no tribal

 Bom dia novamente. Mal postei um FAQ para aquecimento, agora vamos a um post mais opinativo. O que será proposto aqui não é nenhuma mudança efetiva para o nosso formato tribal, mas apenas algumas deliberações para discussões futuras. Se vamos mudar ou não ainda não é o tempo de definir, mas aqui proporei um ponto de partida.

Para ficar mais fácil o entendimento de como o nosso formato tomou a forma atual, recomendo a leitura do nosso primeiríssimo post.

Desde que seguimos a orientação original da Wizards de um formato sem sideboard (Quando Tribal ainda era um assunto relevante), entramos em uma corrida armamentista contra combos no formato. O entendimento é que, sem sideboard, um deck aggro (Maioria do formato até pela sua proposta) não teria como reagir contra um deck combo a menos que ele fosse excepcionalmente rápido. Então foi-se criando listas de banidas e regras adicionais para conter este impasse.

Magic é um jogo de potencial virtualmente infinito de combinações de cartas e regras, então pode-se dizer que mantendo esse ritmo é como contar grãos de areia na praia. As regras adicionais foram criadas para abranger regras gerais que inibam estes casos mas fica a pergunta: Isso é saudável? 

O magic é composto, a bem grosso modo, dessas três vertentes: Aggro, control e combo. Como um jogo de pedra, papel e tesoura, vamos somente jogar com pedra e papel? Essa discrepância, além de gerar situações que necessitam ser revistas com uma certa regularidade, também afasta uma parcela de jogadores e cria um inchaço nas regras que por vezes parece desnecessário.

Vamos tomar como exemplo um jogador iniciante. Ele quer começar a jogar um formato. Se formos apresentar o formato Commander a ele, por exemplo, iremos explicar que é um deck de 100 cartas, uma delas é o comandante que fica em uma zona específica, as cartas devem ter as cores do comandante e tem uma lista de banidas. 

Agora vamos explicar o tribal: Um deck de 60 cartas, sendo que temos que ter 24 relacionadas a tribo, dentre elas 16 criaturas, uma lista de banidas e as regras zero quem aplicam restrições na criação do deck. Não podem ter jogadas com ciclos infinitos, mágicas de reanimação em geral de baixo custo e cartas que afetam somente a tribo oponente. Como as regras são abrangentes, as vezes pode gerar dúvidas se certa carta pode ser usada ou não. É um nível de complexidade as vezes desnecessário para juntar uma pilha de cartas e jogar com outra pessoa com outra pilha de cartas.

Recomendo também a leitura de artigos sobre os arquétipos do Magic. Gosto deste aqui pois traz a percepção de um jogador e é uma boa introdução ao assunto. Mas mesmo com a leitura e com tudo o que foi dito, ainda não cheguei ao cerne da questão:

Como resolver isso? Como simplificar o formato e permitir a maioria dos arquétipos possíveis sem macular a integridade do formato?

O que será dito aqui será uma série de opiniões e, repetindo: não são mudanças oficiais em nosso formato.

É um assunto complexo que já durou alguns anos de discussão em nossos iguais. Nosso formato atual é saudável (Até o momento desta postagem tem sido) e possivelmente seguiremos desta forma. No entanto várias decisões duvidosas de gestões passadas e achismos precipitados levaram ao inchaço do formato que mencionei anteriormente.

A primeira coisa que proponho é uma revisão da lista de banidas, para englobar somente cartas que sejam ofensivas contra tribos específicas ou criaturas de modo geral. Proponho uma nova análise da lista de banidas da Wizards do formato tribal e uma atualização dela, levando em consideração o tipo de cartas que ela restringiu do formato.

Com isso, o próximo passo seria abranger um formato maior como nossa base. Atualmente trabalhamos com a lista do Legacy. Eu proponho, ou manter essa base ou somar a ela a lista de banidas do Modern. São listas oficiais, atualizadas constantemente, que qualquer jogador pode ter acesso e que resolve várias questões que nosso formato também quer resolver, como combos muito rápidos (na parte do modern).

O terceiro passo seria retomar o sideboard.

Aqui entramos em um ponto de discussão muito forte. Por um lado uma vertente mais purista vai indicar que tribal não tem side e que estaremos jogando "só um legacy disfarçado". Já haverá uma vertente técnica que vai mencionar que é difícil gerenciar um side mantendo a integridade do formato. Quem garante que, na partida dois, eu não vou tirar a maioria das criaturas do deck, colocar 15 mágicas e transformar o deck em um control raiz com umas 5 criaturas e diversos elementos de controle?

Eis que respondo que da mesma forma que uma pessoa não vai colocar 5 raios no deck após a primeira partida. Existem verificações e check lists que podem inibir a prática. Eu proponho uma regra adicional pro side. Eu SEI que falei anteriormente que deveríamos enxugar as regras, mas aqui eu vejo a necessidade para regular este predicamento.

A regra das 24 cartas relacionadas e 16 criaturas seria mantida. Eu proponho que essa quantidade mínima deve ser mantida no deck na construção do deck pós side, mesmo que o número de criaturas originalmente exceda esse valor.

Vamos dar o exemplo do seguinte deck de goblins:

*4 Lacaio Goblin
*4 Prospector de Skirk
*4 Legion Loyalist
*4 Goblin bate estacas
*4 Goblin Warchief
4 Goblin Matron
4 Gempalm Incinerator
*4 Goblin Ringleader

4 tarfire
4 Frasco do Eter

20 Montanha

15 cartas no sideboard

Seguindo essa proposta, eu escolheria 24 cartas relacionadas, no mínimo 16 criaturas que não poderiam ser removidas do deck após a utilização do side. Deixei um asterisco marcando as minhas escolhas. Isso quer dizer que quando for utilizar o side, essas cartas jamais poderiam ser substituídas. Isso pode ser facilmente verificado usando uma lista de deck, da mesma forma que qualquer checklist irá verificar irregularidade na montagem do deck pós side, se o jogador desconfiar de algum evento. Se o jogador quiser definir quantidade de cartas diferentes, ele faria uma lista desta forma:

*3 Lacaio Goblin
Lacaio Goblin
*3 Prospector de Skirk
Prospector de Skirk
*3 Legion Loyalist
Legion Loyalist
*4 Goblin bate estacas
*4 Goblin Warchief
*3 Goblin Matron
Goblin Matron
*2 Gempalm Incinerator
Gempalm Incinerator
*2 Goblin Ringleader
Goblin Ringleader

tarfire
Frasco do Eter

20 Montanhas

15 cartas no sideboard

Desta forma ele garantiria que poderia tirar 1 lacaio, 1 prospector, até 2 Ringleader e por ai vai.

Com esta proposta só teriamos duas regras distintas no tribal: A necessidade das cartas relacionadas e sua quantidade e a regra do side. O resto seguiríamos uma lista muito mais enxuta de banidas exclusivas do tribal, usaríamos as listas de banidas do Legacy (ou legacy + modern) e já dá pra jogar.

O que vocês acham?

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